O carnaval e a globalização

Imperialismo… Você vai à uma festa e ouve música estrangeira. Música eletrônica… Algumas até são brasileiras, mas que algum gringo pegou e “recompôs”. A nossa música já é boa, mas eles não perguntam: no processo de globalização, a chuva de lixo eletrônico e cultural não pede permissão para existir.

Nos acostumamos com a chuva e aprendemos a gostar dela; ela não é ruim. Há pouca resistência. Quem vende isso não está nem aí para o fato de as nações serem diferentes, porque o que importa é o dinheiro. Nós não passamos de massa.

Desfile da Mangueira em 1998

O carnaval é regido pelo ano lunar. Como a maioria de nossas festas, foi adaptada pela Igreja Católica: Agora tem o significado cristão de acabar 40 dias antes da morte de Jesus Cristo, precedindo a quaresma. Mesmo assim, o carnaval é provavelmente a festa mais brasileira que comemoramos.

No Brasil inteiro, canta-se e dança-se o samba. O samba nasceu aqui na Bahia, desenvolveu-se aqui no Rio de Janeiro. É derivado do ritmo das religiões africanas, mas é nosso. O sambista, cantor e compositor brasileiro Candeia disse que um país que deixa a cultura do povo se perder nunca será uma nação.

É possível viver sem nada dessa cultura estrangeira, da mesma maneira que é possível também viver sem a nossa. É importante preservar a nossa cultura? Até que ponto a globalização é boa para nós?

Então é natal… Que frio!

Na teoria, natal é a data em que se comemora o nascimento de Jesus. Na prática, creio que o natal deveria ser chamado de Dia Internacional do Capitalismo.

Eu e a Carol pensamos em publicar uma série sobre o natal. Não sabemos se vamos conseguir dar conta de postar um artigo por dia ou a série vai se constituir de dois artigos, mas vamos tentar. :-) Esse é o primeiro post.

Viva o lado Coca-Cola do Natal – Que lado é esse?

Eu tenho a impressão de que as propagandas estão cada vez piores. Não só no natal, mas em geral. E o povo gosta, ou simplesmente não liga. “Beba Fanta e fique bamboocha!”… Quê isso? Existe um blog onde o assunto são justamente essas propagandas ridículas e mal feitas.

Qual o sentido do “lado Coca-cola do Natal”? Mas OK, não vou implicar com isso. O que eu quero que vocês me expliquem é por que está nevando no anúncio?

Que eu saiba, a gente está vivendo um calor infernal aqui no Brasil. Um velho gordo vestido com uma roupa peluda e pesada na neve, tomando Coca-cola? Onde está o bom senso?

A Coca-cola poderia (deveria) usar esse clima quente pra promover seu produto, não a neve! Nesse momento, eu estou com vontade de tomar uma Coca bem gelada. Esse calor é um motivo muito melhor pra tomar uma Coca do que o frio do anúncio. Alguém discorda de mim?

Tenho a impressão de que a gente copia umas coisas dos países do hemisfério norte (porque eles são desenvolvidos, nós não somos civilizados e nós queremos ser iguais a eles) que não combinam com a gente. E a gente nem pára pra pensar nisso…

Neve? Eu estou derretendo aqui sem camisa… Onde fica a sede dos Correios?

Vamos largar essa mentalidade e assumirmos que somos brasileiros? Concordo com o Rafael: nesta república, o Papai Noel deveria usar verde e amarelo, bermuda e camisa regata.

© 2005–2020 Tiago Madeira