A cultura digital nas lutas sociais

Por todo o planeta, a Internet tem se mostrado cada vez mais importante para as mobilizações.

O desenvolvimento da Internet e de novas formas de comunicação modificou bastante a atuação cultural e política dos jovens no mundo todo.

O funcionamento aberto da rede permitiu ampliar o acesso a informação, compartilhando filmes e músicas de forma gratuita, e facilitando a divulgação de produções artísticas independentes. Se antes um pequeno número de empresas decidia aquilo que faria sucesso, agora as possibilidades se expandiram.

Além disso, a troca de informações e mensagens acontece agora em tempo real, permitindo a divulgação de notícias e fatos entre todo o mundo de forma imediata. Esses fatores abrem uma nova possibilidade também à política. Atualmente, diversos acontecimentos vêm demonstrando as potencialidades da internet para a organização social da juventude e de outros setores.

Internet contra ditaduras

O principal exemplo da atualidade é o Egito, onde três dias depois de eclodir nas ruas uma série de manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak, toda a mídia internacional noticiou o corte da internet no país. A medida, inédita na história, foi tomada a fim de dificultar a comunicação e evitar a organização de novos protestos, que estavam sendo convocados pela rede. Na mesma semana, o governo chinês censurou a palavra “Egito” nos serviços de microblogs sina.com e sohu.com (equivalentes chineses ao Twitter). Quem buscava informações sobre o país, deparava-se com a mensagem “De acordo com a legislação em vigor, os resultados da sua busca não podem ser retornados”. Esses dois acontecimentos não estão isolados: ultimamente temos presenciado uma série de fatos políticos relacionados com a internet, da retirada da licença Creative Commons do site do Ministério da Cultura até a polêmica prisão do editor-chefe do Wikileaks. Por que tanta preocupação com a rede?

A internet oferece ao ativismo social novas ferramentas de intervenção política como campanhas virtuais, troca de mensagens em tempo real, fóruns e grupos de discussão, boletins, manifestos e abaixo-assinados online, sites e blogs das organizações, portais coletivos e agências de informação alternativa. Essas ferramentas, complementares às assembleias, marchas, atos públicos, materiais gráficos, rádios e televisões comunitárias, fotografia, cinema, arte de rua, etc, possibilitam quase sem custo e a qualquer usuário da rede divulgar suas ideias e conseguir adesões.

Outro exemplo de mobilização através do meio digital se deu nas últimas semanas na cidade de São Paulo. Os atos contra o aumento da tarifa de ônibus reuniram milhares de jovens e grande parte deles compareceu devido à divulgação dos eventos nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Foi organizado ainda um tuitaço nacional com a palavra de ordem “Quem não tuíta, quer tarifa!”, que ampliou a mobilização pela rede.

Pela democratização da informação

Nesse sentido, devemos aproveitar ao máximo todo o espaço que a internet nos oferece. Porém, a disputa não pode parar por aí. A rede não é apenas uma ferramenta para aumentar a eficácia da comunicação; tampouco é um mecanismo de controle social: a internet é hoje ainda campo de batalha para algumas das lutas mais significativas pelos direitos humanos. Não podemos falar de liberdade de expressão e de direito à informação sem considerarmos as possibilidades que as redes podem oferecer aos cidadãos. Temos que lutar contra a exclusão digital que reproduz as velhas desigualdades que encontramos na sociedade.

Frente a esse alerta, é nossa tarefa também lutar pela apropriação social dessa tecnologia. Precisamos valorizar os espaços onde a produção de conhecimento não está submetida às leis do mercado, proteger seus usuários contra as políticas de controle e de vigilância, combater o uso somente lúdico e superficial do computador e promover uma inclusão digital não voltada para a compra de produtos e serviços de informática, mas à formação de sujeitos políticos e criadores de conteúdo, que participem da construção de uma inteligência coletiva e que busquem a partir dela reverter as relações de poder consolidadas fora da rede.

Publicado originalmente no Juntos.

Final mundial do ICPC no Egito é adiada

Dear Participant,

The 2011 World Finals is postponed.

Contact your travel agent or airline for a refund or travel voucher.

Consular Travel Warnings should make it easier for you to avoid penalties.

The earliest date will be the last week of May.

Please block the last week of May on your calendar.

Please block the last week of June on your calendar.

The month of July and the first two weeks of August are also under consideration.

We hope to announce the date by February 10th.

We plan to announce both the place and date by February 28th.

I look forward to seeing every one at a spectacular World Finals later this year.

Bill

P.S.

If you need accommodations in Sharm El Sheikh from February 20 – March 5,

please contact worldfinalsoffice@acmicpc.org.

© 2005–2020 Tiago Madeira