A decisão da juíza que bloqueou o acesso de todo país ao WhatsApp

A decisão da juíza que bloqueou o acesso de todo país ao WhatsApp é uma ameaça à nossa segurança.

Segundo o G1, ela pede que o Facebook implemente um backdoor para que mensagens sejam passadas para a justiça em tempo real ou que use algoritmos mais fracos que possam ser quebrados.

Argumenta que “se as decisões judiciais não podem ser efetivamente cumpridas, o serviço não poderá ser mais prestado, sob pena de privilegiar inúmeros indivíduos que se utilizam impunemente do aplicativo WhatsApp para prática de crimes diversos.”

Esse discurso é raso e desconsidera fundamentos de segurança digital e criptografia. Uma das melhores respostas a ele foi dada por Tim Cook quando o FBI pediu que a Apple hackeasse o iPhone de um suspeito no atentado de San Bernardino.

Abrir brechas de segurança num aplicativo usado por mais de 1 bilhão de pessoas coloca a segurança de todos nós em risco. Já os criminosos podem simplesmente usar outras ferramentas não tão populares para garantir a privacidade deles.

(E espero que esteja fora de questão proibir pessoas de rodarem os programas que quiserem para se comunicar)

Publicado originalmente no Facebook.

O bloqueio do WhatsApp e o Marco Civil da Internet

A grande imprensa começou a circular que o Marco Civil da Internet é o responsável pelo bloqueio do WhatsApp e que a CPI dos Crimes Cibernéticos quer impedir juízes de bloquear o WhatsApp.

Essa narrativa mentirosa, a um dia da votação do relatório da #CPICiber, sugere um propósito preocupante para esse bloqueio arbitrário do mensageiro mais usado no nosso país: aprovar uma legislação retrógrada para a Internet no Brasil. Sobre o relatório, recomendo:

Publicado originalmente no Facebook.

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