Não saia de casa

Manifestação pela paz

Itajaí durante feriados é vazia. Eu andei mais de três quilômetros de manhã e não vi civilização, ninguém andava na rua a não ser bêbados. Tudo está fechado. Cheguei à casa da Carol. Resolvemos almoçar no shopping. A casa da Carol fica a cerca de 300m do shopping. Quando estávamos já a uns 50m do shopping, na frente da Vanel, aconteceu a inspiração desse post. Três moleques fumando, de bicicleta, nos observavam e então pararam para combinar alguma coisa. Eu percebi que aquela parada não foi uma parada “normal”.

– Carol, aqueles caras querem alguma coisa com a gente.

– Parece que eles querem nos assaltar.

O que poderíamos fazer nesse momento? Depois, no shopping, pensamos que poderíamos ter corrido. Estávamos muito perto do shopping e os caras não iriam se arriscar. De qualquer maneira, continuamos andando, não sabíamos o que fazer. Dez segundos depois os caras vêm na nossa direção. O “líder” pára com a bicicleta na nossa frente e segura a minha camisa:

– Passa o celular. Quero só o celular. – e eu dei ao moleque meu celular de cinco anos. Ele e seus dois amigos iam saindo de bicicleta, mas ele voltou para jogar o celular de volta. Deve ter pensado “Essa coisa velha não deve valer nada”

Os três saíram correndo, o líder falou algo do tipo “Dessa vez passa playboy!”, não pensamos em nada muito interessante pra fazer. Também… Fazer o quê? Eles nem roubaram nada. No fim, fiquei com pena dos caras. Eles devem ter se concentrado ali no canto pra combinar o assalto, etc e tal e depois de toda aquela preparação eu não tinha nada pra dar pra eles.

E depois… Eles foram muito bondosos. O celular não valia nada pra ele, mas ele poderia ter levado para jogar fora depois ou pra tentar vendê-lo. Em vez disso ele voltou para me devolver o celular (na verdade jogar no chão, mas anyway…)

Terceira vez que sou assaltado em Itajaí (ok, a segunda não foi bem um assalto, o cara só levou minha bicicleta sem eu estar presente).

Quando você é assaltado, você fica tenso. Uma pessoa te ameaçar, segurar sua camisa, mandar você passar o seu celular pra ela… definitivamente não é uma sensação muito boa. De qualquer maneira, pelo menos ganhamos um post e ele não levou nada. Só conseguiu fazer com que ficássemos com medo de voltar pra casa.

Andar na rua é muito perigoso. As pessoas são muito violentas. Pra terminar redações a minha professora de português ensinou que eu preciso sugerir alguma coisa para mudar essa situação. Na falta de idéias, vou deixar esse texto assim mesmo pra vocês comentarem.

O blog está temporariamente sem comentários. Em breve eles estarão de volta.
© 2005–2020 Tiago Madeira